quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

PAOD 27 dezembro 2011

PAOD

À precisamente um ano atrás comecei a minha intervenção nesta mesma Assembleia da seguinte forma: “A decadência de Tomar nos últimos anos é um dos factos mais incontestáveis, mais evidentes da nossa história local: pode até dizer-se que essa decadência, seguindo-se quase sem transição a um período de força e de rica originalidade, é o único grande facto evidente e incontestável que nessa história aparece aos olhos do observador atento. Como tomarense, sinto profundamente ter de afirmar, numa assembleia de tomarenses, esta desalentadora evidência.”

Um ano passado e não posso infelizmente retirar uma vírgula ao que proferi. A decadência de Tomar continua a sua marcha implacável perante o mutismo e a complacência da maior parte dos tomarenses. A malfadada política de betão iniciada pelo engenheiro Paiva continuou a ser doutrina com o presente Executivo e por isso continuamos com o Convento de Santa Iria em ruína, o Mercado Municipal a funcionar numa tenda sem condições e inúmeras construções sem nexo como a nova rotunda e os muros/paredões da vergonha que já chegaram ao Convento de Cristo. Continuámos a estar perante uma política de claro desrespeito pelo património existente mas também de falta de rigor e de má gestão que se esquece de cobrar taxas municipais, que arranja dívidas colossais e esbanja o dinheiro público que devia ser utilizado em prol do real desenvolvimento de Tomar.

Sinal claro de decadência é ainda a ausência/afastamento do presidente de câmara eleito e mesmo o fim da coligação, que nunca o foi, mais não é do que o prenúncio de que o pior ainda está para vir: Orçamento reduzido para 2012, redução obrigatória de chefias, redução obrigatória de pessoal não dirigente, redução obrigatória e drástica das despesas correntes, redução dos autarcas a tempo inteiro, obtenção de novos empréstimos para fazer face aos encargos resultantes das disparatadas obras em curso... (ai alambor) e claro está os milhões para o Parq T que só em juros diários nos custa mais de 800 euros. A este propósito não consigo evitar questionar. Só com esta verba dos juros, 800 euros diários, a quantos tomarenses desempregados se podia dar emprego? É mais uma pergunta que não vai ter resposta.

A nossa triste situação é ainda mais gravosa porque continuamos com um rol de problemas por resolver que se arrastam há vários anos. O decréscimo da população do concelho sobretudo em termos de jovens, a inexistência de empresas geradoras de emprego, o encerramento de comércio, o Mercado Municipal e a sua tenda sauna, a ruína do Convento de Santa Iria, o “elefante Branco” da Levada, o POLIS encalhado, a falta de estacionamento para autocarros de Turismo, a ausência de sinalização turística, a inexistência de sanitários públicos, o Parque de Campismo (novamente fechado), a falta de limpeza do Nabão e na cidade, a falta do Museu para o Património Municipal só para citar alguns.

Termino constatando, perante uma assembleia de tomarenses, mais uma desalentadora evidência. Temos perante nós uma dura provação de muitos e longos meses de luta e sofrimento.

O Deputado Municipal eleito pelo

Bloco de Esquerda

Paulo Mendes

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