segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DESEMPREGO EM TOMAR
E ENCERRAMENTO DE EMPRESAS
SÃO SINÓNIMO DE
CALAMIDADE SOCIAL



O Concelho de Tomar vive presentemente a sua MAIOR CRISE SOCIAL depois do 25 de Abril.

Um Concelho onde a pujança industrial/empresarial foi uma realidade confronta-se hoje com o fecho sistemático de empresas, trabalhadores a caminho do Centro de Emprego, incertezas na vida das famílias e reflexos no consumo que provocarão, em cadeia, problemas noutros sectores.

O tecido produtivo tradicional foi, há muito, desfeito: papel, fiação, óleos, moagens, madeiras.

Os custos de construção nada atractivos têm também levado à procura de habitação em concelhos vizinhos, o que potencia o abandono do concelho.

A fixação de empresas também se ressente pelo facto de os custos de terrenos não serem convidativos.

Tem sido evidente a incapacidade para contornar o problema e encontrar caminhos alternativos.

O próprio Poder Autárquico parece resignado e, incompreensivelmente, não toma medidas e iniciativas no sentido da busca dessas soluções nem, tão pouco, para tentar dar visibilidade nacional a um problema cujos contornos são cada vez mais preocupantes.

Nos últimos tempos, são avassaladores os exemplos desta inquietante realidade:



Empresa João Salvador – encerrada – 300 desempregados
Empresa IFM (Platex) – 250 pessoas desempregadas – hoje mesmo, mais uma reunião plenária de trabalhadores
Tipografia Nabão – encerrada, depois de incêndio – 20 trabalhadores
NISSAUTO – encerrada
Pinto e Vidal – encerrada
Empresa Manuel Freitas Lopes – insolvência pedida pelo Grupo. Mais de 200 trabalhadores, 100 dos quais em Tomar.
CITAVES – iniciou processo de rescisão de contratos, atingindo já cerca de 70 trabalhadores.

A estes exemplos podem vir a juntar-se outros: temos conhecimento de mais um conjunto de empresas em situação difícil que podem, a curto prazo, entrar em colapso e que, por isso, não referimos.

A recente questão do encerramento do Mercado é também sintomática: por um lado, é o resultado da incúria do Poder Autárquico PSD durante anos, a que agora se juntou a complacência do Partido Socialista, que faz parte da actual coligação que (des)governa o Concelho.

Atente-se nos seguintes indicadores:



REFERÊNCIAS A JUNHO, É O ULTIMO MÊS COM DADOS DISPONIVEIS.

TOMAR – 1846 DESEMPREGADOS REGISTADOS

MAIS 314 DO QUE EM JUNHO 2009, SUBIDA DE 20,5%

Comparando com outros concelhos do distrito Santarém com características idênticas e próximos de Tomar, todos com desemprego elevado, mas com evoluções claramente distintas do concelho de Tomar

TORRES NOVAS – 1196 DESEMPREGADOS MAIS 50 DO QUE EM JUNHO 2009, + 4,3%

OUREM – 1373 DESEMPREGADOS MAIS 160 DO QUE EM JUNHO DE 2009,
+ 13%

ABRANTES – 2105 DESEMPREGADOS, MENOS 106 DO QUE EM JUNHO DE 2009, - 4%

AS MULHERES SÃO AS MAIS ATINGIDAS, 990 CONTRA 856 HOMENS.

NO CENTRO DE EMPREGO DE TOMAR, (Tomar, Ourém, F. Zêzere) ENCONTRAM-SE NA SITUAÇÃO DE OCUPADOS 251 PESSOAS, O QUE QUER DIZER QUE SÃO POTENCIAIS DESEMPREGADOS.

O grupo etário com mais desempregados é o que vai dos 35 aos 54 anos com 821 desempregados, seguido dos 25 aos 34 anos com 460.

Os desempregados com o 3º nível de escolaridade são os mais atingidos com 454, seguidos dos que têm o ensino secundário com 429.



Perante esta situação, o Bloco de Esquerda vai intervir do seguinte modo:

A nível local:

Contactos com outras forças políticas para promover a realização de uma Assembleia Municipal Extraordinária, em Setembro, para análise e debate da situação de calamidade social que se vive em Tomar e reformulação dos apoios e medidas extraordinárias para combate à crise aprovadas em 2009.
Exortar e pressionar o Senhor Presidente da Câmara a fazer-se porta-voz permanente e acutilante da situação de calamidade social que se vive em Tomar junto do Poder Central.


A nível regional:

Contacto e reunião com a Senhora Governadora Civil do Distrito de Santarém.
Contactos e reuniões com as estruturas sindicais distritais.


A nível nacional:

Intervenção na Assembleia da República por parte do Deputado do BE por Santarém, José Gusmão.



Tomar, em Conferência de Imprensa na Sede da Assembleia Municipal, 9 de Agosto de 2010.