quarta-feira, 30 de março de 2011

PAOD na AM Tomar - 28 Fev 2011

PAOD

Na última Assembleia Municipal aquando do debate das Grandes Opções do Plano e Orçamento o B.E. referia que o denominado imbróglio do Parque T, não contemplado no Orçamento, iria custar ao Município, na melhor das hipóteses, que é o acordo, 6.500.000 €.
Depois dos últimos e peculiares desenvolvimentos que culminaram com a aprovação em reunião camarária do pré-acordo estabelecido com a ParqT, não podemos deixar de abordar novamente o imbróglio porque este é paradigmático da actuação camarária de uns anos a esta parte. Desde o Executivo PSD do Engenheiro Paiva que o Concelho de Tomar passou a ser governado em função do betão, ou seja da obra de construção, com recurso a verbas comunitárias é certo, mas sem qualquer estudo fundamentado da real necessidade das mesmas. Mas para começar a construir foi preciso primeiro deitar abaixo. Assistimos assim às demolições do cine-esplanada, do estádio municipal e do pavilhão municipal. Estava oficialmente inaugurada a nova era do betão. Muito se construiu mas quase sempre sem necessidade, sem nexo e sem respeito pelas verdadeiras necessidades da população. Tivemos assim direito a fonte cibernética com elevados custos de manutenção, novo estádio sem bancadas e novo pavilhão municipal com infiltrações. Foi sempre a perder e mais ainda no negócio peregrino com a BragaParques que previa a construção de um Parque de Estacionamento nas traseiras dos Paços do Concelho a troco da concessão por um período de 20 anos de 1200 lugares de estacionamento taxadas na cidade. O parque de estacionamento apresentava uma volumetria desfasada em relação ao local de implementação e impedia o acesso de moradores à sua rua e habitação, mas mesmo assim o processo avançou e o parque começou a ser construído. Mas rapidamente surgiram as primeiras desavenças entre o Presidente da Câmara e a ParqT e a autarquia levianamente envereda pela via judicial e rompe definitivamente o acordo ao construir o parque de estacionamento subterrâneo do pavilhão municipal. Esta opção pela via judicial custou ao Município um primeiro pagamento em Abril de 2008 no valor de 750 mil euros mais juros perfazendo aproximadamente 1 milhão de euros e vai custar agora no pagamento do acordo mais 8 milhões. O Concelho de Tomar ficou assim com o parque de estacionamento mais caro do planeta e com uma dívida acrescida no presente ano que o limite legal de endividamento não contempla.
Perante tudo isto o B.E. constata com estupefacção que a malfadada política de betão iniciada pelo engenheiro Paiva continua a ser doutrina com o presente Executivo e por isso somos obrigados a assistir a derrocadas como a do Convento de Santa Iria, a encerramentos como o do Mercado Municipal e a construções sem nexo como a nova rotunda ou o muro/paredão da vergonha.
Estamos perante uma política de claro desrespeito pelo património existente mas também estamos perante uma política de falta de rigor e de má gestão que se esquece de cobrar taxas municipais enquanto esbanja o dinheiro público que devia ser utilizado em prol do real desenvolvimento de Tomar.
O concelho de Tomar está à deriva, ou melhor dizendo afundado, porque à deriva ainda podia chegar a bom porto. Está afundado em incompetência, está afundado em desemprego e está afundado em dívidas. Chegou a altura de apurar responsabilidades e é isso que hoje começamos aqui a fazer.

Tomar, 28 de Fevereiro de 2011
O Deputado Municipal do Bloco de Esquerda

Paulo Mendes

Sem comentários:

Enviar um comentário