segunda-feira, 10 de maio de 2010

PAOD - 26 de Fevereiro de 2010

No Programa de Comemorações dos 850 anos apresentado recentemente lê-se:

“As comemorações concretizarão o conceito de que serão de todos, para todos e a favor de todos e afirmarão Tomar como Pólo de competitividade de TURISMO CULTURAL.

O TURISMO CULTURAL constitui hoje e no futuro a grande área de oportunidade e o grande desafio para criar uma indústria turística rentável e sustentável e com benefícios para as populações.

A Promoção de certames de artes várias, concertos que valorizem a dimensão local e universalista do fenómeno templário, as exposições, que contribuam para potenciar a cultura como eixo estratégico de desenvolvimento económico de Tomar e, através desta o vasto e rico património histórico de Tomar, constituem-se como estratégia base da Herança dos Séculos.”

E a finalizar:

“No decurso do restante ano de comemorações, até 1 de Maio de 2011:

Exposições sobre Tomar, sobre a república;

Concertos e encontros internacionais de acordeão;

Conferências, seminários e lançamentos de novas edições;

Recriações históricas, pedagógicas e teatrais;

Festivais internacionais, Festival Bons Sons, Orquestra dos Templários;

Animação cultural;

Mostras, certames, concursos e bienais…” que só pode ser uma, não é?

Ora…

Com um orçamento de 20.000 euros inscrito em sede de Orçamento para a Herança dos Séculos, fica a sensação de que faltam várias heranças a juntar ao Programa:

A Herança da Certeza do que se quer fazer, pedra de toque do Fundador Gualdim Pais em 1160;

A Herança da Visão de Futuro que, no século XV, o Infante legou a Tomar;

A Herança do Universalismo das Descobertas;

A Herança da Sensibilidade Artística, de Castilho, de Terzi, de Olivier de Gand, Domingos Vieira Serrão.

A Herança do Desenvolvimento, captação de investimentos e consolidação económica do Marquês de Pombal, no século XVIII;

A Herança da Convicção, protagonizada por Mendes Godinho;

A Herança do Saber, de Lopes-Graça, Lourdes Castro, Silva Magalhães, Amorim Rosa, Nini Ferreira;

A Herança da Juventude tão bem plasmada nos Cortejos dos Rapazes, na Festa dos Tabuleiros, a que assistimos desde 1991.

A Herança do Bom-Senso de todos os tomarenses de há 850 anos a esta parte;

Mas sobra:

A herança do desenrasca em cima da hora, a herança do cheque em branco, a herança do pode ser que se faça não sabemos bem o quê mas logo se verá, a herança do deixa estar as coisas no estado em que estão, a herança das ruínas da Calçada de Santiago, do Convento de Santa Iria, da Porta do Sangue, da Central Eléctrica e do desmazelo na cidade. A herança do aproveitar dos outros.

Mais do que celebrar as Heranças, perde-se a oportunidade de Legar.

Legar conscientemente para garantir o Futuro.

O Deputado Municipal eleito pelo

Bloco de Esquerda

Paulo Mendes

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