segunda-feira, 17 de outubro de 2011

COMUNICADO DE IMPRENSA

É muito grave a degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no distrito de Santarém e, em particular, no Médio Tejo.

Na rede de Cuidados de Saúde Primários (CSP) subsistem milhares de utentes sem médico de família. São conhecidos os casos de carência extrema de Torres Novas e de Abrantes, mas o problema afecta praticamente todos os concelhos da região.

À falta de clínicos soma-se a carência de enfermeiros e de funcionários administrativos, impossibilitando respostas, ainda que precárias, a populações inteiras, privadas do seu direito a cuidados de saúde. Extensões de saúde, em aldeias mais afastadas das sedes de concelho, encerram umas atrás das outras.

O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), englobando as unidades hospitalares de Tomar, Torres Novas e Abrantes, vive há anos sob constante ameaça. A gestão desastrosa do CHMT tem sido um dos motivos invocados para a retirada de serviços e para a redução da capacidade de resposta das urgências.

Também o apetite dos privados pelo chamado “negócio da saúde” ameaçam permanentemente o CHMT, para eles uma unidade pública concorrente.

No entanto, apesar desta genérica incapacidade de resposta às exigências de cuidados de saúde para todos, o governo PSD/CDS anunciou que iria cortar 800 milhões de euros ao financiamento do SNS.

Nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), nos próximos 3 meses, o governo quer reduzir 60% dos contratos com pessoal precário e em prestação de serviços.

A acontecer esta situação será o caos completo, a prestação de cuidados primários entrará em colapso.

O Bloco de Esquerda defende os cuidados de saúde como um serviço público essencial, a cargo do SNS, e que não pode ser degradado.

O Bloco de Esquerda exige a dotação urgente do SNS com o número de clínicos, enfermeiros e administrativos exigidos por uma boa prestação do serviço. É necessário manter os serviços e a capacidade das urgências, renovar contratos, procurar soluções, sem redução das dotações financeiras do SNS.

Não aceitamos nenhuma redução de recursos humanos prevista para os ACES.

O Bloco de Esquerda defende a manutenção dos serviços existentes nas 3 unidades hospitalares do CHMT, nomeadamente a manutenção dos seus serviços de urgência.

Não aceitamos nenhuma redução de serviços no CHMT.

A defesa da actual prestação de serviços, (que em muitos casos não estão a ser cumpridos) sejam eles nos cuidados primários sejam no CHMT, deve ser a plataforma mínima para uma grande mobilização da população, mas também das instituições, autarquias, comissões de utentes, partidos políticos, etc.

O Bloco de Esquerda apoia todas as manifestações populares dos utentes contra a degradação do SNS, como as que recentemente tiveram lugar em Ourém.

Aí está a força que imporá as soluções que tardam.

Tomar 17 de Outubro de 2011

O Núcleo de Tomar do Bloco de Esquerda.